A idolatria de Acabe era diferente da idolatria de seus antecessores. Enquanto Salomão praticava uma idolatria familiar e Roboão, uma idolatria pública, Acabe praticava uma idolatria compulsória. Sim, o estado não era laico. Ele era "terrivelmente idólatra"! Não é a toa que Acabe é considerado o pior rei de Israel. Primeiro por se deixar "enfeitiçar" por uma rainha feiticeira, Jezabel a adoradora de Baal e Asera, o casal de deuses imorais.
A afronta ao Deus de Israel foi tão grande que os próprios profetas e adoradores de Jeová foram mortos e substituídos pelos sacerdotes e profetas de Baal que eram sustentados por Jezabel, a sacerdotisa desses deuses.
Desta forma, o governo não somente aderiu a idolatria baalista como também a impôs aos seus súditos. Israel mergulhada de cabeça na idolatria, algo tão odiado por Deus. Este fato também profetizado por Moises, o mediador da aliança mosaica. Tal aliança é um pacto, um acordo que precisava ser cumprido fielmente por ambas as partes. Era como um relacionamento de Suserania e vassalagem. Deus, o Suserano cumpria o papel de Senhor, de cuidador, protetor e provedor. Israel, cumpria o papel de vassalo, o súdito que rendia fidelidade e dependência.
Mas Israel descumpriu o acordo. Introduziu um outro Senhor, Baal nessa relação. Neste caso, a religiosidade israelita era sincrética, visto que eles "adoravam" Javé e o baalismo. Por esse motivo, o desafio de Elias. Este personagem entra em um momento muito conturbado pois, se Jezabel e Acabe mataram os profetas, Elias na condição de profeta, estava também sujeito a morte. Mas esse profeta, sem "genealogia" tal qual Melquisedeque, não se importava com isso. Ele confronta o Rei Acabe começando nas finanças e no social. Imagine uma economia agropecuarista, onde os animais precisavam de água e as plantações também? Sendo que Baal era considerado o deus da fertilidade, das colheitas e portanto, das chuvas e raios. Quando o profeta prenuncia a seca que seria um julgamento do Deus de Israel, ele está frontalmente atacando a capacidade do falso deus Baal de agir enviando a chuva.
Se pudéssemos parafrasear diríamos da fala de Elias: Vocês dizem que Baal é deus da chuva, pois Jeová, o verdadeiro Deus vai cerrar os céus e não há nada que Baal possa fazer! Sim, aconteceu exatamente como o profeta disse. Isto foi suficiente para surgir o perturbador de Israel. Ou seja, Elias era considerado "persona non grata" um agitador da nação e do rei, exatamente porque foi contra o sistema vigente dominado pela idolatria do rei e feitiçaria de Jezabel.
Amados, vivemos em um mundo "embalado" por satanás, (significado literal da expressão "jaz no maligno" (1Jo 5.19). Jesus disse que havia neste mundo um príncipe e que nada tinha com ele (Jo. 14.30). Então sabemos que o mundo realmente está dominado por satanás, que existe um sistema maligno infiltrado em todas as esferas da sociedade (na igreja humana também).
Na contra mão disso tudo, está a Igreja do Senhor. Aquela mesma que Jesus estabeleceu sobre si mesmo, sendo o alicerce dela. Ele é quem a sustenta e protege. Mas saibamos que nós realmente nada temos deste mundo, quer seja instituições e governos. A Igreja não deve ser casada com o governo mas sim com Jesus, compromissada com seu evangelho. Neste mundo, todos os que procuram servir a Deus fielmente, e proclamam as verdades do evangelho, estes serão os perturbadores do mundo. Aqueles que não se conformam com o mundo (Rm 12.2) que bradam a todo vapor: "Terra, Terra, ouve a palavra do Senhor"! (Jr 22.29).
Devemos saber que todo aquele que viver piamente, padecerá perseguição (2Tm 3.12).
Vamos pois, tal qual Elias, às ruas! Nos becos, nos valados, nos palácios, anunciemos que o Rei vem e que o dia do Senhor será terrível para quem não for contemplado com a graça de Deus e estiver com Cristo quando o juízo chegar.
Que Deus levante mais perturbadores dos poderes do inferno, para a glória do seu nome.
Postado originalmente em 17 de julho de 2021 no grupo EBD em Ação/Subsídios EBD. https://bit.ly/3z7Xg8B
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